quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Bifurcação adiante

"O dom da fala foi concedido aos homens não para que eles enganassem uns aos outros, 
mas sim para que expressassem seus pensamentos uns aos outros."
(Santo Agostinho)

Lendo esta frase de Santo Agostinho me vejo diante de dois caminhos - o caminho do falar e o caminho do silenciar
Quanta prudência e oração deve ser aplicada para se saber que caminho tomar e quando tomar!
Me recordo agora de um trecho do Diário de Santa Faustina (153):

"Um dia vi duas estradas: Uma estrada larga, atapetada de areia e flores, cheia de alegria e de música e de vários prazeres. As pessoas caminhavam por esta estrada dançando e divertindo-se - estavam chegando ao fim, sem se aperceberem disso. E, no final desta estrada, havia um enorme precipício, ou seja, o abismo do inferno. Essas almas caíam às cegas na voragem desse abismo; à medida que iam chegando, assim tombavam. E seu número era tão grande que não era possível contá-las. E avistei uma outra estrada, ou antes uma vereda, porque era estreita e cheia de espinhos e de pedras, por onde as pessoas seguiam com lágrimas nos olhos e sofrendo dores diversas. Uns tropeçavam e caíam por cima dessas pedras, mas logo se levantavam e iam adiante. E no final da estrada havia um magnífico jardim, repleto de todos os tipos de felicidade e aí entravam todas essas almas. Já no primeiro momento, esqueciam de seus sofrimentos"


Podemos pensar que estamos no caminho certo e acabarmos caindo no precipício, como podemos pensar que estamos no caminho errado e acabarmos no céu.
Falar tudo a todo tempo não faz bem, mas silenciar tudo e a todo tempo também não, será?!
Nem  sempre as pessoas estão a fim de escutar, nem sempre somos compreendidos no 'que' falamos ou no 'porque' falamos. As vezes falamos bobagens, em outras a mais pura verdade! As vezes queremos enganar o outro, construir ou destruir imagens, pessoas; fazer com que aqueles que nos ouvem acreditem cegamente no que dizemos. Falar me cansou, porque de nada adiantou (até rimou!).
O fato é que hoje tenho muitas coisas a falar, mas o Senhor não me conduz neste sentido, mas sim no sentido do silêncio. Ele mesmo suscitará outros que possam e devam falar.
Longe de ser algo fácil para mim, silenciar é necessário. A porta estreita, a vereda, o caminho de dores e sofrimentos, limiar da omissão, caminho de tropeços e quedas, mas também de ir adiante. Mas caminho que agora me conduz para os braços do Senhor Jesus, na oração de louvor, intercessão, de súplica por aqueles que agora falam, por aqueles que agora escutam...
Quero louvar e bendizer a Nosso Senhor que me conduz, que fala dentro do meu coração, que me permite discernir tentações e me ajuda a fugir delas. 

Aguardo seu comentário e suas experiências.
Eliane Ancillotti
Anunciadora da Misericórdia.



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