quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Entre amigos...



ENTRE AMIGOS
12 de abril de 1999


"Para que serve um amigo? Para rachar a gasolina, emprestar a prancha, recomendar um disco, dar carona pra festa, passar cola, caminhar no shopping, segurar a barra. Todas as alternativas estão corretas, porém isso não basta para guardar um amigo do lado esquerdo do peito.
Milan Kundera, escritor tcheco, escreveu em seu último livro, "A Identidade", que a amizade é indispensável para o bom funcionamento da memória e para a integridade do próprio eu. Chama os amigos de testemunhas do passado e diz que eles são nosso espelho, que através deles podemos nos olhar. Vai além: diz que toda amizade é uma aliança contra a adversidade, aliança sem a qual o ser humano ficaria desarmado contra seus inimigos.
Verdade verdadeira. Amigos recentes custam a perceber essa aliança, não valorizam ainda o que está sendo contruído. São amizades não testadas pelo tempo, não se sabe se enfrentarão com solidez as tempestades ou se serão varridos numa chuva de verão. Veremos.
Um amigo não racha apenas a gasolina: racha lembranças, crises de choro, experiências. Racha a culpa, racha segredos.
Um amigo não empresta apenas a prancha. Empresta o verbo, empresta o ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a jaqueta.
Um amigo não recomenda apenas um disco. Recomenda cautela, recomenda um emprego, recomenda um país.
Um amigo não dá carona apenas pra festa. Te leva pro mundo dele, e topa conhecer o teu.
Um amigo não passa apenas cola. Passa contigo um aperto, passa junto o reveillon.
Um amigo não caminha apenas no shopping. Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado.
Um amigo não segura a barra, apenas. Segura a mão, a ausência, segura uma confissão, segura o tranco, o palavrão, segura o elevador.
Duas dúzias de amigos assim ninguém tem. Se tiver um, amém."


Sou fã de textos e frases que, aparentemente, não tem em si uma inspiração Divina.
A autora deste, Martha Medeiros, me conquistou com suas reflexões.

Fui criada por meus pais de forma muito intensa e simples. E uma das coisas que eles me ensinaram é dar valor a amizades, a fazer e manter verdadeiros amigos. Ser solícita sempre, sempre presente, ser ombro sempre; mais do que querer ser atendida, do que querer presença, do que querer ombro! 
E com o caminhar da vida, com as lutas, com as decepções, experimentei e ouvi muitas falas que contrariam este ensinamento dos meus pais, me senti tentada a achar que tudo que aprendi e vivi sobre a amizade é bobagem, que amizade é algo secundário, fútil, até inútil.
Porém semana passada ouvi algo que veio como uma grande resposta Divina para mim:
 
" Quer saber como anda sua amizade com Deus?
Veja como está sua amizade com os homens!"

Dou muito valor as amizades que faço e tenho. 
Algumas duram há anos, mais de 20; até tenho algumas que estão distantes, mas que considero amigos, não colegas ou conhecidos, AMIGOS. 
Minha família me ensinou este valor, e é mesmo um valor!
Crie e cultive amigos verdadeiros: pessoas que lhe são simpáticas ou antipáticas, próximas ou distantes! 
Pratique obras de Misericórdia com eles: vista os que estão nús, alimente os famintos, mate a sede, acolha, aconselhe, reze por eles e com eles, ensine, corrija, perdoe, suporte-os, visite-os...
Crie e cultive sua amizade com Nosso Senhor Jesus Cristo através deles também.
Reze.
Analise como andam as suas amizades, principalmente aquelas que te levam para Deus. Mas também não deixe de lado aqueles que hoje andam distantes de Deus, talvez voce seja o único elo que eles ainda tenham com o Senhor. Testemunhe!
Lembremos-nos do 1º mandamento da Lei de Deus: "Amai a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a ti mesmo." Não precisamos alimentar carências vãs do outros, porém a falta de amor, a carência de amor, o Senhor mesmo nos manda (mandamento!) suprir.
Amar não é tarefa fácil, mas necessária e urgente. É decisão!

1 JO 4: 7 Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo o que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. 8 Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. 9 Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: em nos ter enviado ao mundo o seu Filho único, para que vivamos por ele. 10 Nisto consiste o amor: não em termos nós amado a Deus, mas em ter-nos ele amado, e enviado o seu Filho para expiar os nossos pecados. 11 Caríssimos, se Deus assim nos amou, também nós nos devemos amar uns aos outros. 12 Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amarmos mutuamente, Deus permanece em nós e o seu amor em nós é perfeito.

Abraços e beijos carinhosos aos meus amigos de ontem, de hoje e de amanhã. Perdoem minha ausência, os contratestemunhos que dei, enfim me perdoem!

Eliane Ancillotti (Entre amigos: LIU!)
Anunciadora da Misericórdia





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